Agence panafricaine pour le développement et l’intégration (APDI)
O Problema do “Eu”
Como uma associação panafricana, buscamos promover e incorporar o conceito de panafricanismo por meio de nossas atividades e projetos. Nossa associação acredita na manifestação prática do panafricanismo para os povos da África, um conceito que está sendo gradualmente corroído pelos líderes do continente.
Escrito por: Lord Fiifi Sampson
1/17/20253 min read


Como uma associação panafricana, buscamos promover e incorporar o conceito de panafricanismo por meio de nossas atividades e projetos.
Nossa associação acredita na manifestação prática do panafricanismo para os povos da África, um conceito que está sendo gradualmente corroído pelos líderes do continente.
Os passos para realizar essa manifestação prática do panafricanismo são duplos. O primeiro visa corrigir as mentalidades dos africanos, especialmente da geração emergente, em relação aos conceitos de panafricanismo.
O segundo utiliza a associação como um canal ou agente para o desenvolvimento progressivo do continente por meio de projetos de curto e longo prazo financiados pelos recursos e receitas da associação.
É amplamente reconhecido, notadamente por Pierre-Noël Giraud em sua obra La Mondialisation : émergences et fragmentation (página 20), que “todas as mudanças políticas e econômicas importantes são sempre precedidas pela vitória intelectual daqueles que as promovem.” Como? Por meio de escritos acadêmicos e filosóficos.
Ele cita o exemplo de David Ricardo, cuja vitória intelectual promoveu o livre-comércio na Europa, influenciando, por fim, o governo britânico a abolir as Corn Laws.
Isso levou ao Tratado Chevalier-Cobden, assinado em 1860 entre o Segundo Império Francês e a Grã-Bretanha para promover o livre-comércio entre as duas antigas nações rivais.
Essa vitória foi facilitada pela obra de Ricardo, The Principles of Political Economy and Taxation (1817).
Mas este não é o único exemplo. O pensamento humanista e os modos de vida seculares emergiram graças aos escritos dos sofistas, como Sócrates e Platão.
O socialismo e o comunismo foram introduzidos por Karl Marx e Friedrich Engels. A luta contra a discriminação das mulheres, incluindo o sufrágio universal, e os atuais movimentos de empoderamento, devem muito aos escritos reformistas de figuras como Simone de Beauvoir (O Segundo Sexo) e Elizabeth Cady Stanton. As teorias de gestão amplamente utilizadas hoje, como hierarquia organizacional, burocracia e conceitos de produtividade como "hora-homem" e "hora-máquina", derivam dos trabalhos de pensadores como Henri Fayol, Max Weber e Frederick W. Taylor.
Da mesma forma, a teoria de Adam Smith sobre a divisão do trabalho e as dinâmicas de oferta e demanda forma a base dos sistemas de mercado modernos.
Em um continente com uma população jovem, mas marcado por um desequilíbrio de oportunidades de emprego, muitas questões surgem sobre o futuro da África.
Entre elas, uma questão crucial: como os africanos podem liderar seu desenvolvimento? Uma observação pessoal revela uma lacuna significativa nos padrões de pensamento da geração emergente, fortemente influenciada por aqueles que atualmente estão no poder. Essa lacuna se manifesta no domínio de uma mentalidade do “eu” em vez de uma mentalidade do “nós”.
As consequências dessa mentalidade do “eu” incluem:
1. Um foco na busca por empregos para reconhecimento social (ex.: empregos administrativos) em vez de desenvolver talentos e paixões para industrializar as economias e criar empregos.
2. Uma tendência a buscar educação avançada por títulos e aumentos salariais, sem adquirir habilidades úteis para a sociedade.
3. Empreendedores focados no ganho pessoal em vez de industrializar comercialmente o continente. Seus negócios, muitas vezes baseados em bens importados, são de curta duração e altamente dependentes do proprietário.
4. Cidadãos que perguntam: “O que o governo está fazendo pelo desenvolvimento?” em vez de refletirem sobre o que podem fazer para contribuir.
5. “Messias” autoproclamados que buscam ganho pessoal e elogios às custas do desenvolvimento sustentável.
O egoísmo é uma praga invisível que paralisa o continente, promovendo a dependência de ajuda externa, a transferência de culpa e a crítica estéril. Essa mentalidade perpetua o subdesenvolvimento e levanta a questão de como a África pode progredir.
Essa mentalidade precisa ser corrigida e um novo caminho precisa ser iluminado: o caminho da unidade por meio do panafricanismo. Esse caminho só se torna evidente quando as pessoas são educadas sobre ele – uma missão que esta associação assumiu.
Por meio de artigos, seminários educativos e programas, buscamos reviver o interesse pelo panafricanismo. Exploramos seu conceito, examinamos por que ele declinou na África e na diáspora, refletimos sobre os esforços de seus pioneiros e propomos estratégias para ressuscitá-lo. A criação deste site é um passo em direção a esse objetivo.